Ter uma auto-estima saudável e forte é gostar de nós exatamente como somos, sem termos de criar uma máscara ou falsa personagem para lidar com os outros. É sentir que temos sempre valor, independentemente do que fazemos ou atingimos, ou temos. É sabermos-nos vistos e queridos sem condição prévia, por essas pessoas primeiras que nos estruturam o mundo, como pais, avós, família ou cuidadores do inicio da nossa vida. Outras pessoas podem contribuir, depois, para fortalecer a nossa auto-estima, mas acredito que esse inicial contexto e "mapa-mundo" que temos ao nascer ou até antes, sobre quem somos e como é ser-se humano, é importantíssimo. Uma distinção também importante tem a ver com os conceitos de auto-estima e autoconfiança, muitas vezes confundidos. A confiança ( no mundo, nos outros e em nós próprios ) é, com certeza, uma faceta da auto-estima e trabalha-se permitindo a responsabilidade pessoal, a autonomia e independência, bem com fornecendo o suporte emocional sem julgamentos, ou críticas e rótulos. Mas ter uma forte auto-confiança não quer dizer ter uma boa auto-estima sobretudo se essa auto-confiança é adquirida às custas de elogios, recompensas e mostras de amor condicional ( se as tuas palavras ou atitudes comunicam algo como “gosto mais de ti se...”, “mereces mais se...quando...”.) e isto é exatamente o contrário de trabalhar a auto-estima. Uma forte auto-estima é um garante de uma boa saúde mental, ao longo da vida, de se conseguir construir relações mais pacíficas e respeitosas, de não se ser agressor nem vítima , de se ser emocionalmente resiliente, de nos conhecermos melhor e não termos medo de fazer as escolhas que nos parecem certas, sem precisar da aprovação dos outros e também de se ter motivação para fazer o próprio caminho. Nascemos inteiros e pleno, com uma semente de auto-estima codificada para se desenvolver, por isso quando me perguntam : “ como sei se o meu filho tem uma boa auto-estima, eu respondo com outra pergunta: "o que tens feito para a manter ou, pelo menos, o que tem feito para não a estragar?" Podemos ter alguns indícios de que estamos no “ bom caminho “ quando as nossas crianças mostram as suas emoções e exprimem os seus sentimentos face às diversas situações, arriscam, exploram e dão a sua opinião. Se podem ter o seu jeito próprio, único e sobretudo “imperfeito”, porque , repito, ter uma boa auto-estima não é ser muito confiante ou extrovertido, por exemplo, é sim, sentirmo-nos nos bem na nossa pele e no nosso jeito de ser. Mas reflexão mais importante é sobre como é que nós, pais e educadores, influenciamos o seu saudável desenvolvimento nas nossas crianças. Aqui tens uma espécie de quizz,* onde, podes ficar a saber como estás a contribuir para a auto-estima das tuas crianças. * ou, se preferires, ouve o episódio completo do #podcastcocegasnocoracao, para explorares mais este assunto - acesso direto mesmo aqui em baixo ⇟ Um abraço amigo, Mariana
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December 2021
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o suave milagre | mariana bacelar