5/14/2021 0 Comments ♥crónicas da maternidade #maioAos dez, eu queria ser bailarina. E sei como é fácil, aos quarenta, sentirmo-nos reféns de sonhos perdidos. Como é fácil remoer no que não fomos, não tivemos, não escolhemos. Remoer nos amores que perdemos, nas opções que não tomamos, nos sonhos atrás dos quais não corremos.
É isso que nos leva a despeja-los - com expectativas e cobranças - nos nossos filhos. É isso que nos leva a ser reativos e amargos com quem nos lembra, por alguma razão, esse saco cheio de vazio que carregamos às costas - não pesa, mas ocupa-nos as mãos, a mente e o coração. Eu sei, hoje, que dá para pousar esse saco. Retirar o algodão-doce das ilusões tontas e enche-lo de novo com os sonhos e os planos e tudo que somos (sim somos!) só porque um dia o sentimos dentro do peito: bailarinas, escritores, mães, estrelas rock, felizes, aventureiros, vivos, apaixonados. Mesmo que nada disso se tenha concretizado da forma como um dia imaginamos, somos todos esses sonhos e projetos que um dia acalentamos. Por isso, não os negues ou os vejas pela metade. Dá-lhes outra vez espaço, deixa-os viver em ti, seja de que forma for, no teu coração, mente, pés e mãos. Eu danço com os meus filhos, muitas vezes, no meio da sala e da cozinha e sou outra vez aquela bailarina que em mim viveu aos dez. Foi ela, afinal, que me ensinou a dançar com a vida aos 40. #mãedfulness #maio #sonhos #quarenta #crónicasdamaternidade
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December 2021
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o suave milagre | mariana bacelar